7 de dez. de 2011
4 de nov. de 2011
Essência de Mim
Ainda pretendo transbordar-me outras vezes mais.
Para isso é necesário manter o algo que resta da essência original, outrora brilhante, agora tão suja, tão deturpada, tão precária de si... Mas ainda assim essência.
Matheus de Castro
18 de out. de 2011
Bicho Gente
Cavalo nasce cavalo, porco nasce porco e independente de onde sejam criados, serão um porco e um cavalo, por natureza...
Mas gente não nasce gente. Gente aprende a ser gente com o tempo, com as experiências, com o dia-a-dia.
Gente não nasce andando, não nasce falando e muito menos compreende os sentimentos quando ainda é filhote.
Gente é muito mais... Gente aprende a ser gente e ter caráter através de múltiplas escolas, entre elas, a escola do amor.
O amor! Esse sim não é filhote, mas já nasce junto do coração do bicho gente.
Matheus de Castro
20 de mai. de 2011
Amor e Caos
Achar que isso é normal, considerar os prós e contras de viver no embalo de emoções tão externadas...
Mas não dá.
Não dá pra ficar assim, acordar assim todo dia e dormir cinco vezes pior.
Não dá pra passar as 24 horas do meu dia pensando desconexadamente em você...
O problema, é que eu sempre fui intenso, sempre fui romântico e sempre fui carinhoso.
Mas apesar de sempre ter sido tudo isso, eu nunca tinha amado...
Agora que eu sei - e como sei - o que é o amor, eu não quero mais ser tantas coisas.
Não quero essa sensação ruim de exaustão;
Não quero a minha cabeça bitolada em um assunto apenas... em uma página que nunca vira para que eu possa continuar lendo a história.
Não se engane em pensar que com essa decisão o meu amor diminui...
De forma alguma!
Meu amor é imenso... Imenso ao ponto de não ter fita alguma que o possa medir.
Meu amor é proteção, é carinho, é afeto ao extremo e uma grande vontade de estar junto...
Até perdão o meu amor é... você sabe bem disso!
Mas meu amor não consegue ser tanto amor sozinho (e se nega a ser intenso sem um par).
Não fique achando, também, que eu duvido do seu sentimento...
Você me ama... eu sei!
Mas você me ama do seu jeito, que é tão diferente do meu...
E você, com seus sitemas e palavras diretas, às vezes me fere.
É sem querer - eu também sei disso - mas fere.
Não te ver me dói...
Não receber uma mensagem de amor a cada duas horas, me dói...
Não ouvir sua voz todos os dias, me dói...
Tudo me dói e é por isso que eu tomei essa decisão.
Estou anestesiando as emoções.
Fique em paz, pois elas permanecem lá.
Vai parecer frieza, vai parecer descaso mas é apenas auto proteção.
O amor que eu sinto por você, o tesão que a sua pele provoca em mim, os abraços que eu te dou e a forma como eu afago seu cabelo continuarão as mesmas...
Mas o amor vai ficar meio congelado, tá?
Até para não te incomodar... Eu sei que às vezes é difícil pra você entender essa minha paixão tão grande...
Então estamos combinados assim, tiro um pouco do muito de você que tenho dentro de mim...
E se um dia você achar que tá fazendo falta, que tudo isso era bom e você não sabia, é só me falar.
Anestesia passa...
Tudo passa... menos o meu amor.
Matheus
17 de mar. de 2011
Contentamento Descontente
Maldito Camões, que inventou esta expressão.
Deu nome pra esse sentimento que me atormenta e não dá paz.
Contente mas descontente...
11 de mar. de 2011
29 de dez. de 2010
Devaneios para 2011 - O ano da ascensão do meu povo
Em 2011
O que eu espero de um novo ano, é quase nada...
24 de dez. de 2010
É Natal?
Então é Natal... Mas é para todos nós?
Será que é Natal debaixo da ponte?
Será que é Natal no barraco de lona?
Será que é Natal no estômago vazio da mazela brasileira?
Papai Noel vai visitar até as casas sem chaminés, sem paredes de tijolos, sem pisos e de dispensa vazia?
Mas é Natal na minha casa, na sua casa, na casa de todos nós que vemos isso de cima,
que enchemos a barriga na noite de hoje e bebemos com fartura;
Mas é Natal em Brasília, com certeza!
Natal com meias e cuecas cheias de dinheiro e cabeças matutando banalidades enquanto a lata do pivete está cheia de cola ao invés de comida; enquanto a barriga da adolescente da favela está cheia com mais um filho, ao invés de sua mente estar preenchida do conhecimento que deveria chegar a ela de forma fácil!
É Natal?
E se for, Natal é tempo de reflexão...
Todo dia deveria ser Natal, então!
Para o brasileiro refletir sobre a injustiça
Para o político refletir sobre a segregação social
Para o pobre refletir sobre seu futuro sem expectativa...
E pra gente refletir sobre qual é a nossa parcela de culpa nisso tudo.
Matheus de Castro
12 de dez. de 2010
Beatriz
Daquelas crianças que não cansam de correr pela vida e de dançar sob os problemas.
Ela, mesmo pequena, trazia em si a mudança; o novo; o puro.
Beatriz era delicada, belíssima, cativante... Beatriz era um anjo disfarçado.
É estranho pensar que algumas pessoas não queriam Beatriz por perto...
E o desafio da solidão deixada por ela, é apagar o que passou e caminhar em paz.
Dentre a ausência, o amor
Dentre a tristeza, a esperança
Dentre a dor, o aconchego...
E se até a Beatriz, que mesmo tão pequena provou do egoísmo humano, foi capaz de se tornar anjo livre... Que dirá de nós, que permanecemos no aguardo da vida?
Beatriz mandou um beijo de paz
Beatriz mudou a vida de quem a levou nos braços
E Beatriz está correndo em volta da casa... brincando até se cansar pra depois poder voltar e dormir.
Então, te aguardo, Beatriz!
Na espera do seu regresso, há um grande motivo pra tentar ser feliz.
... "Ô meu Deus me traz de volta essa menina... porque tudo que eu tenho é o seu amor..."
Matheus de Castro
à Beatriz
22 de nov. de 2010
Esperança
Matheus de Castro
21 de nov. de 2010
31 de out. de 2010
Querendo me apaixonar
Sofro de carência daqueles amores sinceros, daqueles amores perdidos em meio ao tempo que não passa quando o abraço é aconchego
Tô com necessidade de presença;
Presença quente, presença ardente.
Tô com vontade de tardes sem fim;
de suor apaixonado, de beijos molhados e línguas curiosas.
Tô com vontade de começos felizes, de meios atônitos, de finais sem fim.
Preciso logo daquele aperto diferente, daquela essência gostosa dos apaixonados...
Deu vontade de gastar meu tempo com mensagens de amor
Deu vontade de sair por aí procurando a pessoa certa
Deu vontade de ver a vida de um jeito mais fácil.
E quando for assim, quero que as mãos se encontrem;
quero calafrios em noites frias
quero romantismo nas horas mais inapropriadas.
Mas quero também o lado ardente da paixão;
Quero amor nas esquinas
Quero amor proibido
Quero o carinho agressivo...
Quero o olho no olho e o resto em encaixe...
Estou querendo me apaixonar, e para isso, vou espalhar por aí meus cartazes...
"Procura-se um amor eterno
Que seja belo
Que seja intenso
Que seja simples...
Que seja meu... e só meu... enquanto durar"
Matheus
19 de out. de 2010
Página (re)virada
Há em mim esse princípio orgulhoso de exigir da felicidade a mais forte sensação que ela pode me proporcionar...
Sinto como se às vezes fosse euforia demais, adrenalina demais, coração demais pra tão pouca razão dentro de mim... Mas se assim não fosse, seria eu quem sou?
Fé, batalhas, sonhos; pequenos pedaços que, unidos, formam à mim...
E se a questão for minha alegria, eu assumo: sou alegre!
Sou feliz porquê detalhes fazem a diferença para mim
Sou feliz porquê hoje, depois de tanta coisa, tantas lágrimas, tanta decepção, eu aprendi a respeitar a pessoa que mais importa nisso tudo: eu mesmo.
Talvez seja por isso que, aos poucos, aquele meu eu poético, aquele meu eu dramático, tenha se esvaído...
Talvez seja por isso que há alguns meses eu não toque o papel com a ponta do lápis...
A melancolia se foi. De vez!
Reina, em paz, a era da satisfação.
Satisfação com minha verdade, com minha realidade, com minha mania de sempre sonhar.
E sonho mesmo! Porquê se não sonhasse a vida não teria cor.
Imagine um por-do-sol em preto em branco... Imagine um beijo sem amor... Imagine sexo sem prazer...
Seria assim a minha vida se não fossem os sonhos.
Por isso, sonho.
Sonho com um dia em que o equilíbrio tome conta desse planeta que já sofreu tanta coisa
Sonho com o momento em que o povo brasileiro vai deixar de pagar por aquilo que não merece
Sonho com a chuva no nordeste, com o sorriso das crianças, com o abraço dos amigos e com a vida eterna de meus pais...
Não me diga que, destes sonhos, quase tudo é impossível; entra aí outra coisa que aprendi na vida:
Se mesmo crendo em tanta beleza, o mundo permanece estacionado, imagine se a vida fosse seca de expectativas, como um rio que deixou de correr?
Então fica o convite para que sonhem comigo os sonhadores reprimidos.
Fica o convite para que se abram as cabeças fechadas.
Fica o convite para que se retire a ignorância, a violência, a falta do que falar!
E se tudo der certo... quem sabe um dia eu possa parar de sonhar tanto?
Melhor do que viver uma relaidade em sonho, é tornar o sonho sua realidade.
(E isso só depende de nós)
Matheus de Castro
12 de out. de 2010
A fogueira
E naquela corrosão de matéria, naquela queima da inconsequência, o combustível era eu.
Era de manhã, fato estranho considerando-se a escuridão que ainda pendia.
Era de manhã, e sendo assim tão claro, fazia-se necessário despertar aquela chama estranha, meio azulada pelo sal da maresia...
Mas era esse meu ritual... todo dia repetia as mesmas palavras:
18 de ago. de 2010
"Onde você estiver, não se esqueça de mim"
3 de ago. de 2010
Luto
Olha que triste aquela cachoeira chorosa, sentindo a saudade sem hora da água que não volta mais.
Olha que forte, aquela leoa ferida, chorando a partida da cria.... cria que a Hiena levou.
Olha lá... A morte correndo na selva, usando pele de bicho pra esconder sua face risonha, fingindo para os outros que sua presença é normal.
Mas olha direito, que neste sepulcro é um anjo que dorme.
Olha que belo seu nome, e que face risonha ele tem.
Olha, que parece que esse anjo vive um pouco mais...
Percebe as asas que não pararam de bater?
São nelas que ele esconde seu coração.
E não se preocupe se isso tudo parecer confusão... Os anjos sãos mesmo confusos.
Olha pro céu, que no alto já voa o anjo.
Não! Não se engane por este boneco, corpo sem vida que permanece estático, paralisado pelas bordas do caixão cor de neve...
Esse anjo é esperto, e não quer tanta tristeza.
Por isso inventa caricatura de si mesmo, e abandona pra trás a casca que um dia usou.
Vai com Deus, anjo lindo.
Vai com Deus que nos braços Dele você permanece feliz...
Sente-se no chão de nuvens e espalhe seus brinquedos, brinque de contar dedos e sorria lindamente, como sempre sorriu.
Vai com Deus que daqui a gente chora, mas logo pára, porquê esse pranto é menos tristeza e mais saudade.
Vai com Deus... E leva pra Ele um recado: Que permaneça ao seu lado, que seja seu amparo e seu berço, e que cuide de todos nós...
Vai com Deus, Daniel.
Vai com Deus que, por te amarmos, permaneceremos no sonho de te ver sorrindo outra vez.
Matheus
Em memória de meu priminho Daniel, falecido hoje, dia 03/08/2010
29 de jul. de 2010
Manias
Tenho essa mania de buscar artifícios...
Essa mania de varrer meus problemas, de esquecer os esquemas que me trouxeram até aqui.
Tenho presente o costume de sonhar com as pessoas, de inventar histórias e dramas... Coisas que eu nunca vou viver.
Tenho mania de lembrar o perfume, reviver noites insones daquilo que já passou.
Tenho mania de acordar muito cedo, de esperar mais do que foi escrito no enredo, de almejar aquilo que minha mão não alcança...
Mas eu também tenho a mania de me negar ao fracasso, de botar coragem no passo e gritar pra meu medo que eu sou forte e capaz.
E assim eu me completo, por que completo eu sou melhor.
Daí eu estico o braço e alcanço o fato, acordo cedo e reescrevo o enredo, sonho com gente que é de carne, osso e afeição.
E se me acho às vezes conturbado, é porque esqueci a borracha do passado em meio ao seu corredor.
Não me importo em buscar.
Não sou daqueles que assustam com os gritos da recaída.
E daí?
É normal viver de novo pra aprender.
E não basta uma vez pra me fazer entender
Quer dizer que se a vida fosse uma eu teria que viver apenas uma vez cada sensação?
Enxergou?
É por isso que eu reinvento minha história, vivo agora dias de glória e não minto para mim mesmo.
Me imita, porque é assim que eu conquisto a felicidade...
Em cada suspiro eu junto uma parte e hei de um dia a conquistar.
E se quiser vir comigo que venha! Mas fique de aviso sobre minhas regras.
Prefiro pessoas felizes
Prefiro emoções às diretrizes
E, definitivamente, mesmo reescrevendo rasgando e relendo, eu não sigo o enredo.
Então se prepara, que comigo é 200 por hora... Uma mão cheia de luz e certezas, e a outra fechada pra não perder o gosto da surpresa.
Matheus
15 de jul. de 2010
Partiu...
12 de jul. de 2010
Preliminar do meu samba
Chora um samba que o samba chora por mim.
Matheus
9 de jul. de 2010
Um Desabafo que não é poema
Minha cabeça me transtorna muito... Fico me analisando, me culpando por sentir algumas coisas, por falar algumas outras.
Entre tantos quereres, eu queria poder ter você também...
Sinceridade! Sabe aquele querer mais gostoso?? Aquela coisa quente que a gente sente e não sabe o porquê? É meio que assim... (coisa de burro, eu sei)
Minha mãe sempre diz que querer não é poder... Ela tá certa;
É esse o ponto... Não poder.
Um não pode mas quer, enquanto o outro não quer apesar de poder.
Apesar de não poder ter o que eu quero, o que eu tenho certeza que NÃO quero, é perder você de vista...
Não faz isso comigo não tá?
Não some, não desiste, não ignore...
"Tu te tornas eternamente responsável..." Você sabe bem...
Um beijo e desculpa pelas coisas que eu te obrigo a ouvir de mim...
Te avisei no começo dessa odisséia que eu não era normal...
8 de jul. de 2010
Trem da Vida
No caminho eu vim olhando paisagens, lembrando das passagens que me fizeram crescer.
Ao meu lado veio uma senhora estranha, de tez meio branca e meio turva também...
Aqueles cabelos tinham cara de segredo, e ela levava nas rugas um pouco de medo, desses medos simples que a vida nos dá.
Não trocamos sequer uma palavra por tantos quilômetros, mas eu entendi bem os caminhos que iríamos tomar.
Aquela senhora partia rumo ao distante...
Ela quase terminava o caminho que eu começava a traçar.
Será então esse o segredo da vida?
É no fim do começo que a gente percebe que o começo é o princípio do fim?
Será que a vida da gente termina quando o expresso da vida anuncia seu passar?
Matheus de Castro
19 de jun. de 2010
Vazio
Matheus
11 de jun. de 2010
Volta
Me esbarro nas quinas de cada olhar que me destina.
Encontro os momentos passados das memórias que não brilham nesses olhos.
Você parece perdido em meio a caminhos que eu não conheço o destino;
Você se enlaça em escolhas erradas e o tempo passa ferindo minha pele, que anseia o reencontro.
E isso tudo some, mas o céu permanece nublado, e eu permaneço perdido.
Rezo! Peço à Deus que me explique as equações da nossa sonhada felicidade.
Ceio em meio à inimigos e grito com os fantasmas que ameaçam meu sono
E você permanece ausente, perdido, vazio...
Tudo é triste, tudo é grave...
E se eu encosto em tua mão, se sinto o teu lábio, é como se não reconhecesse tua alma
Nesse corpo agora habita aquilo que eu desconheço
A sobrancelha permanece grossa, os lábios permanecem vermelhos...
Mas onde anda a alma de criança que antes animava meus passos?
Sento naquela praça que antes chamava de nossa.
Me arranho em desespero pela abstinência das noites onde o amor chorava lágrimas de suor do nosso encontro fervente
Me deparo com os bancos vazios e com o cinza dos dias de solidão
Por onde anda você?
Volta...
Volta que te perdôo, volta que juro te fazer renascer em meio às cinzas que insistem em cair de ti
Volta, que na volta eu permaneço na espera desse toque quente, e das palavras de amor sincero
E enquanto espero incansável, deito no banco da praça;
A praça que agora não tem dono
Deito com frio e aguardo o sono...
Mais uma vez grito com os fantasmas que insistem em me rodear
Mais uma vez espero, na esperança eterna do desespero, você chegar....
Volta...
Matheus
8 de jun. de 2010
Helena
Olha quem vem pela estrada...
Helena é a cara borrada dos becos do nosso Brasil
Helena é a febre que não passa das crianças mais pobres que a própria pobreza
Helena não é Helena; ela é todas as mazelas de debaixo dos tapetes
Helena passou pela estrada de lata nas mãos, e ninguém a notou
Ninguém lembra de Helena
Matheus
14 de mai. de 2010
Pretérito Mais Que Perfeito (Poema em dupla)
Pretérito mais que perfeito no indicativo que torna-se imperfeito.
Imperfeito no presente do indicativo com chances de ser perfeito no futuro do pretérito.
Você poderia ser meu verbo auxiliar.
Mas se fosse no infinitivo, aí sim seria melhor...
Deixava de lado até as cadeias verbais;
Esquecia dos temporais que passassem pela nossa janela.
Viveria de letras e sua língua com gosto quente de partida breve...
Seriamos nós, as palavras e a nossa cama amarrotada pelos verbos que iríamos experimentar.
Predicatos, redundâncias, ditongos e hiatos...
Há um hiato perturbador entre nós.
Entre as conjugações e tempos verbais, vou me definhando aos seus poemas e cantos de pássaro triste; que estranhamente soam doces aos meus ouvidos.
Estranhos seriam meus versos sem os verbos de ligação que apenas tu sabes como usar.
Estranho seria se com o tempo eu não soubesse conjugar o verbo amar...
E depois dessa odisséia de termos, uma onomatopéia seria o bastante pra expressar o nosso calor...
Falemos pouco; pra não gastar o silêncio entre nós...
Sonhemos pouco; pra não gastar esse tempo ocioso que insiste em estar presente...
Façamos barulho algum; pra ver se fugimos do hiato, pra ver se contrariamos o ditado que insiste em pregar que não dá pra ser feliz à distancia
Nossa paixão é um pretérito perfeito, que quanto mais perfeito, mais passado se torna;
E eu passo noites em claro tentando te encontrar na vastidão de sonhos e encantos...
Permaneço conjugando o verbo sofrer.
Faça as malas...
Não tenha medo, por favor.
O caminho eu te explico...
Te mostro como conjugar o verbo querer.
E assim, se a gente quiser, dá pra deixar de sofrer.
Matheus Castro e Bruno Akimoto
10 de mai. de 2010
Encontros e Despedidas
Para @fbragacarol, @mvguitar e à todos nós que, um dia, já sentimos o que é saudade.
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Inesquecíveis momentos... Inesquecíveis pessoas.
Um dia ainda haverá maneira de empacotar felicidade, de guardar aquilo que nos traria saudade, de levar consigo os grandes amores pra onde quer que se vá.
Neste dia as lembranças serão doces e os momentos serão fontes fartas de risadas e lágrimas de nostalgia.
Palavras serão eternas, livros não precisarão existir e a partida será apenas dos tempos antigos onde costumava-se sentir solidão.
Haverá um dia, num futuro quase presente, que faremos das pessoas memórias agradavelmente insistentes, hologramas instantâneos do reflexo da nossa alma.
E enquanto ainda não se inventa tal coisa, talvez pudesse existir o Medidor da Saudade, pra tentarmos tirar vantagem deste sentimento infiel.
Seria como um termômetro de sensações; quanto mais frio, mais distante a pessoa querida poderia chegar.
Mas se acaso esse objeto esquentasse, e de supetão a saudade apertasse, existiria um botão cor vermelho-de-fogo que traria a presença de volta...
O tempo voltaria, os aviões retornariam, os trens não partiriam...
E se a ilusão fosse assim tão bendita, até a morte retrocederia em paz.
E tudo seria lindo, pois não haveria saudade...
Mas como medir a saudade se ela deixar de existir?
Então deixa ela ali, querendo abraçar os sonhos de cada um, fazendo a vida parecer mais cinza às vezes, pra se tornar mais colorida quando ela partir...
Aquilo que hoje vai, quando volta trás consigo muito mais amor e novidade.
E com amor sim, se cura a saudade... E não serão precisas quiméricas invençoes pra fugir da verdade.
Basta aceitar: Saudade.
Matheus
9 de mai. de 2010
A história do começo feliz e do triste fim
Esta é a história de um amor consumido, tragado, dilacerado.
Esta é a história de um amor que perdeu pra morte, que não teve sorte, que caiu do abismo.
Este relato, triste e pesado, conta a história do amor de Carlos e Eduarda: A história do começo feliz e do final triste.
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Sabia-se tudo sobre todos naquela pequena cidade do interior.
A vida era pacata e preguiçosa, e as horas, divertidas, arrastavam-se vagarosamente pelos raios de sol e clarões de luar. Nesta cidade haviam ruas calçadas de pedras, muros feitos de barro e senhoras nas janelas aos fins de tarde. Nesta cidade haviam poucas esquinas, poucas pessoas e apenas uma venda para atender à todos moradores.
Esta cidade trazia uma história, como toda cidade... Mas fazia histórias também, como era de se esperar.
Moravam ali duas pessoas, que dentre tantas outras, destacavam-se pelo seu amor proibido. Eram Carlos e Eduarda, primos primeiros, criados juntos e inconscientes de tal amor que crescia.
Nas colinas gramadas do interior de Minas Gerais, Eduarda e Carlos viam rolar os tempos difíceis de mudança do mundo. Perdiam ali suas tardes, consumidos por sentimento paralisante de paixão e desprezando todos os nós que a família poderia traçar se descobrissem sobre o amor tão puro que existia entre eles.
Nas colinas, Eduarda via suas intimidades exploradas, descobertas... Enquanto, da mesma forma, descobria novos prazeres nas curvas das pernas de Carlos, nas voltas de sua orelha, no calor do seu hálito. Juntos eram um só; e o tempo dava pausas para respirar. As nuvens pareciam parar no céu sempre tão claro, e as rosas, benditas rosas, gostavam muito de soltar seu perfume mais delicioso ao verem os amores dos primos refugiados do pudor vingativo daquela pequena cidade.
Quando tinham meios de fugir, corriam às colinas no meio das frias noites, e amavam brincar de escolher suas estrelas no céu, sonhando que cada uma pertencia a um deles, e que elas também viviam o amor dos proibidos.
Carlos fazia os planos; Eduarda vivia os sonhos. Era difícil controlar os impulsos do amor sem limites. Na presença de familiares, como fingir não sentir algo que já é como parte da alma? Eduarda preferia sempre se trancar em seu quarto quando Carlos estava em sua casa acompanhado de seus pais. Carlos, moleque crescido como era, preferia arriscar a sorte em beijos molhados nas quinas dos corredores da grande casa antiga onde vivia Eduarda. Era um amor de pique esconde o amor destes dois... Era fácil ver o brilho nos olhos, o cuidado nos atos, o incômodo da distância. Eles nasceram para ficarem juntos. Estava traçado.
Não importava a nenhum deles se dessem por falta de sua presença em alguma tarde; Com o tempo, cansaram-se de esconder aquilo que era cada vez mais bonito. Seria um escândalo, uma desonra para a família ver os dois juntos, mas se não fosse assim como seria? Como prever os passos que ainda não foram dados? E foi com pensamento fixo, que Carlos decidiu, apoiado por Eduarda, contar a seus pais toda a verdade. Tinham escolhas, e estavam decididos sobre elas: Se não desse certo, fugiriam dali, morariam em outro lugar, nem que este lugar fosse lugar algum, apenas para que pudessem ser felizes juntos.
Mas determinado e ignorante aos nossos sentimentos é o destino. Estava tudo pronto, planos definidos, coragem crescendo no peito de ambos e tardes ainda maravilhosas nas colinas daquela cidade. E foi assim, sem poder evitar, que em uma tarde anterior ao dia previsto para o abrir-jogo da história de Carlos e Eduarda, que seus pais, já desconfiados de algo estranho nas ausências mútuas, flagraram o amor dos dois nas gramas da colina onde ficavam as rosas. E ódio tomou conta; A fúria dos pais de Eduarda foi imensa! As rosas perderam seu perfume e a grama ficou sem vontade de ser verde. Eduarda perdeu sua alma e Carlos já não sentia bater o seu coração. Foram separados sem a escolha de estar ou não estar. Aquele amor que era tão lindo virou motivo de discórdia, ódio e rancor. A família separou-se e Carlos partiu da cidade de pedras nas ruas e senhoras às janelas. Eduarda, pobre coitada, via sua vida partir a cada entardecer, ficando cada vez menos falante, menos radiante... Até sua beleza, antes exuberante, partiu com Carlos. O novo destino que enxergava era negro... choroso... dramático.
Carlos, agora um rapaz apático, não trabalhava, não saía e mal comia... Era tristeza. E tal tristeza era voraz e crescente, uma dor lancinante no peito que antes criava com gosto o coração apaixonado, agora fraco de tanto gritar sem ser respondido.
As estrelas ainda eram seu ponto de encontro, e ficavam lá, paradas, estagnadas em sua melancolia, pouco brilhando, pois não tinham mais os jovens que antes lhes apontavam deitados em uma colina verde com cheiro de rosas.
E foi assim, em mais um dia de dor, que Carlos cansou-se da ausência de sua amada, decidindo pela fuga. Deixaria para trás pai e mãe, mas viveria para sempre ao lado de seu amor. Resgataria Eduarda de seus pais rancorosos, e a levaria para bem longe, onde poderiam viver em essência o amor que sempre sentiram. Traiçoeiro e calculista como sempre foi, o destino determinou que no mesmo dia Eduarda tomaria a mesma decisão. E assim, movidos pelo mesmo objetivo, partiram, cada um de seu lugar, ao encontro do outro.
Alguns poucos quilômetros separavam as cidades em que estavam, e uma pequena viagem de carro era o suficiente para o encontro de almas tão unidas. Mas um não sabia das intenções do outro, o desencontro seria certeiro... Se não fosse por um pequeno detalhe.
Era domingo, final de feriado prolongado, trânsito engarrafado na BR que separava as pequenas cidades. As curvas da estrada eram sempre lembradas pela sua malícia com os motoristas mais desatentos. Um acidente parecia estar atrapalhando o desenrolar da viagem. Nervosa, Eduarda não via a hora de sair daquela confusão e abraçar seu amor mais uma vez. Ela buzinava, tentava ultrapassagens perigosas, mas permanecia quase parada. Era desesperante! Seus pais dariam falta do carro e de sua presença a qualquer momento, e poderiam avisar os pais de Carlos para que estes o vigiassem mais do que o normal. Como o tempo passa devagar quando estamos com saudades dos beijos de um grande amor...
Finalmente Eduarda passaria pelo bloqueio na estrada e seguiria sua viagem, agora quase no fim, e reencontraria Carlos, com o qual ela sonhava pelo afagar das mãos grandes e palavras bonitas. Eis que a dor de toda esta distância, ainda não tinha sido o suficiente para o castigo de Eduarda. Lá estava o motivo do engarrafamento: O carro de seus tios, capotado na estrada. E lá estava ao chão um corpo coberto pelo pano branco do prenúncio da morte... Desesperada pelo temor de ver com os olhos aquilo que já via com o coração, Eduarda saiu descontrolada do carro que roubara dos pais e atravessou a estrada com o restante das forças que suas pernas tinham. Não houve homem capaz de segurar sua vontade de ver quem estava por baixo pano da morte... Desvencilhando-se todos, Eduarda caiu de joelhos ao lado do alguém que estava no carro. Tomada de coragem, talvez a última coragem que teria para o resto da vida, puxou o lençol de uma só vez... Desmaiou. Era Carlos.
E o sol se punha, pela última vez, para aquele casal.
...
...
...
Dali em diante, poucas cenas ficaram na mente de Eduarda... Lembrava de muitas pessoas a carregando para dentro da ambulância, lembrava de seus pais chorando o choro do arrependimento tardio, lembrava de seu quarto, de remédios para dormir e de um cobertor.
Eduarda acordou com um gosto ruim na boca. Era o amargo da partida, concluiu depois. Aos poucos a impressão de ter tido um grande pesadelo transformou-se em percepção da realidade cruel... Carlos estava morto. Saiu de seu quarto com a mesma roupa que estava desde o dia anterior. Seus pais, na sala, aguardavam o despertar da filha. Carlos ainda estava sendo velado, e sem trocar palavras com ninguém, Eduarda dirigiu-se à antiga capela onde quase toda a cidade reunia-se para a romaria do enterro de seu amado.
Era tão triste imaginar Carlos sem vida... Eduarda pensou várias vezes em não aparecer por lá, em não guardar para si a imagem de seu amor em um caixão... Mas ao mesmo tempo seu coração clamava por uma despedida, pedia pelo último beijo na face, pela última sensação do toque na pele que, agora gélida e sem cor, havia lhe dado tanto amor... O maior amor.
Entrou pela capela sem ver nem ouvir ninguém... Estavam todos lá, mas ela não queria enxergar. Tocou com as pontas dos dedos as flores que cobriam os pés de Carlos, subiu com o olhar e percebeu que os pais haviam lhe colocado suas roupas preferidas... Tocou as mãos de Carlos, e olhou seu rosto... Estava sereno, com expressão tranqüila. Apesar de ter deixado Eduarda com o coração em pedaços, Carlos morrera sentindo a felicidade do quase-reencontro com sua grande paixão. Isso bastou para que morresse satisfeito.
Eduarda abaixou-se, beijou a face de seu amado e desejou do fundo do seu coração que ele a beijasse de volta... Era impossível. De lágrimas aos olhos, Eduarda lembrou de cada momento vivido nas colinas, nas quinas dos corredores e nas intimidades um do outro; lembrou da força extrema daquele amor que antes movia seu coração em um sentido oposto à razão, transformando em flores e em paixão tudo aquilo que estava em sua volta...
Lembrou-se de uma noite, a primeira noite em que esteve junto a Carlos, e lembrou-se daquela canção que tocava no rádio da pequena cidade... Era tão triste, e ao mesmo tempo era tema daquele momento. Ainda fraca, Eduarda sussurrou ao ouvido do corpo que antes fora de Carlos:
- Te amarei para sempre
E levantando-se, cantou como um grito o trecho da canção que se repetia na consciência daquela mulher de coração ferido para sempre...:
- A emoção acabou, que coincidência é o amor, a nossa música nunca mais tocou.
E aquela música nunca mais tocou...
E os anos se passaram sem respeitar a dor de Eduarda.
Ainda hoje, na pequena cidade, conta-se de uma velha senhora solteira, de expressão muito triste, que debruçada em sua janela, observa em seu jardim as rosas mais belas... E todas as noites, dizem por aí, a senhora aponta uma estrela, que diz sempre brilhar um pouco mais para ela, como que lhe chamando para voar ao céu. Essa senhora anda por aí contando uma velha história de amor. Todos a chamam de louca. Eles não entendem que a partida de um grande amor nos deixa um pouco mortos também... Eduarda vive assim, mergulhada na saudade de Carlos desde décadas e décadas atrás... E sonha todos os dias com o dia em que dormirá para nunca mais acordar, e assim, enfim, há de tocar as mãos de seu amor novamente, e, desta vez, para a eternidade...
Certamente, de todas as dores, a pior delas é a dor da despedida.
30 de abr. de 2010
à MR
Em homenagem à saudade que será deixada pela linda turnê "Samba Meu", que está em suas últimas apresentações. Em homenagem também à Maria Rita, mulher brasileira, portando guerreira, que nos alegra e emociona, e que acima de tudo se mostra humana em todos seus lados. Ela estará em BH no dia 02/05, e eu estarei lá pra conferir o último show de sua turnê.
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Como não sentir falta daquilo que foi parte de si?
Como não travar os impulsos da despedida nas memórias felizes de momentos passados?
Segurar nas mãos do futuro é o reinventar de nossa própria história...
Mas quem disse que esta história não servia mais?
Passamos os dias contando os minutos do precoce destino, e bolinamos nossa alma com as goteiras de lágrimas de saudade-feliz.
É estranho imaginar essa tal saudade-feliz...
Ela é garota mais nova e de energia exaltante, montada a cavalo e de esporas aos pés, descendo as ladeiras com aquilo que era e subindo de volta com aquilo que será.
Essa saudade samba em todos os lugares e viaja o país com metade de nossos sentimentos expostos...
Mas deixa metade deles guardados para que possamos chamá-los de coração.
Será que ele pulsa metade-batendo?
Essa garota impulsiva percorre a garganta e transmuta-se em nó.
E quando cai exausta, e exausta-se rápido, ela sai como grito cantado, retratos colados em espelhos de camarim.
Essas palavras que ela sai por aí falando, aos poucos vão esgotando os seus noventa sentidos... E ela cansa de andar.
E quando ela cansa é tempo de novas inveções... É tempo da revolução de um corpo só, munido de uma só ferramenta, travado em apenas uma batalha:
A batalha da alma contra o muito-ninguém.
E passado o muito, que pode ser pouco, ou o pouco que é pouco demais, esbalda-se na loucura essa menina-saudade, e corre mundo afora mudando seus trajes, cantando em lajes e em palcos de pequenas cidades, interpretando os sons à sua maneira, falando do amor e da vida, do sol e do mar, do jeito certo de amar...
É danada demais da conta, essa menina...
Deve ser Menina-Maria também.
Quando ainda é cedo, quando achamos que a partida ainda será logo menos, quando nos acostumamos às maneiras dessa Maria, vai-se ela mais uma vez embora....
E parte mesmo sendo nossa parte...
Mesmo levando consigo a metade...
Mesmo não tendo vontade...
E como não sentir falta daquilo que foi parte de si?
Matheus
17 de abr. de 2010
6 anos sem você
De frente à minha cama estava o calendário, que sem pena me provava o que eu não gostaria de lembrar... 17 de Abril de 2010; Seis anos sem você.
Seu cheiro, seu toque, suas palavras. Tudo isso faz falta pra mim.
Cada dia vazio remete a uma lembrança mais e mais bonita... Mas mesmo bonitas, as lembranças são só lembranças.
Abri a porta de casa, e à caminho do trabalho ouvi "Cuitelinho", na voz de Nara Leão. Lembra quando cantava esta música comigo? Era tema de uma novela, acho... Mas é tão simples, e ao mesmo tempo tão bonita.
E pedalando pela avenida, ouvi Nara cantar "a sua saudade corta feito aço de navalha...”
É verdade vó... Corta mesmo, e corta fundo.
São tantos sentimentos diferentes; é uma turbulência de expectativas que foram abortadas no dia em que você partiu.
Eu bem sei que não há volta da morte, e nem quero que volte pois sei que está num lugar bem melhor do que nós... Mas eu sou tão egoísta a ponto de ainda sonhar em ter você do meu lado, só pra mim.
Sabe aqueles dias que chorei sozinho? Que sofri amarguras nos cantos da casa, em meio à suas fotos, em meio à suas memórias? Eu sei que você estava por perto... eu sei.
Aqueles dias em que minha família se virou contra mim, me deixou de lado... Lembra, vó? Senti tanto a sua ausência naquela época... Parecia que ardia no meu peito não estar com você.
Você me entenderia...
Seus cabelos brancos, sua pele clara, seu cheiro de vó!
Ah, vó! Que saudades!
Me lembro bem, era domingo de páscoa de 2004. Você saiu pela porta, e já sabia que por ali nunca mais voltaria... Mas antes disso me disse "Te amo, meu filho", e isso eu levo comigo pro resto da vida. E pro resto da vida vou levar também a sensação do toque do telefone às onze da noite, uma semana depois da última vez que vi seus olhos tão azuis, seguido da notícia que ninguém queria ouvir; "Matheus, sua avó faleceu".
Ô Dona Dorcas, pra que isso? Doeu tanto... Dói tanto...
O seu nome ficará para sempre gravado em meu corpo... Literalmente. E sempre que ouço Maysa cantar "Ne me quitte pas", me lembro de você partindo... "Não me abandone, não me abandone".
De tudo, me restam, sem dúvidas, apenas lembranças felizes!
Sua presença preenchia, seu amor acolhia, suas palavras eram afeto puro! Era a matriarca ideal!
Você já sabe, e é triste falar disso, mas a família se distanciou tanto depois que você partiu... Houve de tudo; tantas brigas, tanto rancor...
Eu mesmo trago no peito a amargura pela distância de um avô que não faz parte da minha vida mais... Nem da de niguém.
Era você a balança que equilibrava nossas emoçoes. Você sempre foi o elo, Dona Dorcas.
E de tudo que eu tenho, a maior herança foi você que me deixou! Assim como você, o espiritismo me consola e me fortifica, e esse presente que você me deu, ninguém, de forma alguma, pode me tomar. É uma herança que transcende a matéria... e me aproxima de você.
Eu só queria dizer vó, que eu tenho saudades, que eu morro de saudades todos os dias!
Queria dizer que cada vez que eu ouço seu nome, falo em você, lembro de você em momentos sem razão, eu me sinto abraçado pelo seu amor.
Cada vez que preciso de um conselho, de um abraço... Eu sinto você...
Poxa vó, você sabe o quanto eu sinto falta de um abraço dentro da minha casa; Isso me machuca tanto...
Então, pra tentar parar de chorar essa saudade, eu fico por aqui...
Mas fica por aqui também? Fica por perto? Fica comigo?
Me faz companhia que eu te sinto perto de mim... Me dá um abraço, me chama de filho e me beija na face Dona Dorcas...
E mesmo assim, eu ainda morro de saudades.
Te amo.
Matheus
25 de mar. de 2010
Laricosnight
6 de mar. de 2010
Ainda inquieto
25 de fev. de 2010
Pequenos trechos de confusões
23 de fev. de 2010
Casulo de mim
9 de fev. de 2010
Greve
Tô pra fazer uma greve.
11 de jan. de 2010
Proibido para menores de 200 anos!
E respira o sexo também.
E é perfeitamente assim que se definem as cadências sociais, as características dos indivíduos e a particularidade de cada um.
Se assim não fosse, e se de alguma forma quimérica o mundo deixasse de ser tão sexuado, viveríamos em plena consciência da mente e livres do peso do corpo, pois sem o sexo não vibra a vida e não nascem as proles.
Rosa adormecida em ponto de desabroche, o sexo define dentro de nós as vontades mais vergonhosas e os desejos mais luxuriosos.
Nascemos com imagem de pureza infinda, ser novo e limpo, desinfectado das delícias que a matéria proporciona... Mera ilusão!
Como se pode definir assexuado um bebê que chora em busca de seios fartos (mesmo que para alimentar-se)?
Como se pode definir inocente a criança que se aflora aos 5 anos de idade em brincadeiras com pequenos como ela?
O sexo nasce enrustido, porém incrustado. É tatuagem eterna, perfeita e riscada indiscretamente em meio à pele de todos e tais.
Tais que afirmam o sexo como pecado, e chicoteiam-se na consciência quando a intimidade grita em suas mentes que eles são feitos pro sexo também.
Sexo é capitalismo.
Sexo move setores, emprega pessoas e gera renda ao nosso sistema.
E eu não falo das Putas e Putos, garotos e garotas perdidas em meio às cidades, loucos nas selvas de pedra, escorrendo suas vulnerabilidades por entre as pernas.
Eu falo do comércio subliminar, da propaganda de cerveja com "bunda de fora", da revista que inventou o vocábulo "nu artístico"...
Nu, é nu.
Pelados nascemos e pelados concebemos o melhor momento da vida: O gozo!
E não pasmem com palavras tão simples, pois enquanto lêem-se estas linhas, milhares se põe a gozar pelo mundo e bobos são aqueles que não aproveitam os orgasmos contínuos da vida mundana!
Vai ver que o gozo é até um remédio...
Quem sabe se gozasse mais vezes, Hitler não teria cometido genocídio contra tantos judeus?
Quem sabe se gozassem mais vezes, Palestinos e Israelenses não fossem tão marrentos e metódicos?
E há em mentes fechadas a ilusão, mera ilusão, de que sexo define procriação;
Obviamente trata-se de ideal corrompido e atrasado.
Como procriam-se portanto homens que deitam-se com homens e mulheres que deitam-se com mulheres?
Como procriam-se os adolescentes com hormônios à flor da pele que preservam-se com todos os tipos de borrachas e remédios?
Como procriam-se as mulheres em que a menopausa atacou ferozmente a fertilidade sem tirar-lhes o desejo pelo roçar dos corpos na cama?
Enfim, sejamos menos pudicos e menos hesitantes ao definir o que é sexo em nossas cabeças!
Sexo é bom, eu gosto, você gosta, nossos pais gostam, o mundo inteiro gosta... E mesmo assim permanecemos todos escravos do moralismo, fingindo para os afetos e amores que "sexo não é tudo" e que nem sempre sexo é fundamental em um relacionamento!
Pára galera!
Chega de estória, não somos minhocas; Não conseguimos transar com nós mesmos, e mesmo se conseguíssemos, qual seria a graça em trocar células iguais do nosso próprio corpo?
O namoradinho não precisa mais fingir pra namoradinha que ele não quer transar com ela! Ela está, certamente, cansada de saber disso, e provavelmente louca para consumar o fato. Entretanto ficam lá: Parados, estáticos, molhados em suas intimidades e secos em suas atitudes uma para com o outro!
Saiam por aí gozando os prazeres da vida, vivendo sem medo de assumir seus desejos e sem medo de falar sobre sexo!
E se a vontade apertar e a solidão bater, batam ela também em meio a seus dedos e sua imaginação! E não se sintam culpados pelo ato, nem temerosos pelos cabelos que podem crescer na palma das mãos: Isso é lenda de avós conservadores!
Explodam-se em orgasmos gigantes e infindáveis, sejam eles nas camas, nas moitas, nos carros ou nas ruas desertas!
Preservem-se, é claro, mas não deixem de viver o lado bom da vida!
E como fim da narrativa exaustiva de apologia ao sexo e ao tesão, recordo-me de uma frase um tanto quanto clichê, extraída de um texto de conteúdo semelhante, disseminado por entre jovens e pirralhos, drenado de qualquer vergonha e criatividade, mas que trás consigo, porém, uma verdade extremamente óbvia:
"Todos nós nascemos de uma gozada..."
Portanto meus queridos e queridas:
Gozem! (Fartamente)
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Matheus